terça-feira, 14 de julho de 2009

SER ARRUMADOR OU ESCRITOR… UMA QUESTÃO DE PROFISSIONALISMO

Cada vez que aqui venho esqueço-me sempre do que vinha para aqui fazer e/ou escrever... Ultimamente não tem havido muitas coisas interessantes para escrever. Sou sempre obrigado a divagar sobre as minhas cócegas nas partes mais intimas e isso normalmente cria um certo sentimento de repulsa, nojo e mesmo de desconfiança dos outros para comigo. Como devem calcular, o meu sonho sempre foi ser escritor, quer dizer, sempre, a partir do momento em que me lembrei disso. É uma ideia estupidamente estúpida, tal como muitas outras que em Portugal proliferam, em que o único trabalho que à nascença temos garantido é o de arrumador de carros, desde que não seja na cidade do Porto, o Rui Rio não deixa.
Em Portugal arrumador de carros, é carreira de sucesso garantida. Os euros que se podem obter com essa actividade é muitas vezes superior ao ordenado mínimo e há ainda a vantagem de não se ter de aturar patrões bonacheirões, a gabarem-se das suas amantes, nem realizar um esforço por aí além.
Admira-me que não haja um curso superior de Marketing e Arte na arrumação dos carros, quando existem tantos cursos desnecessários no país. Aqueles movimentos gestuais, o jornal “A Bola” na mão, ora torcer para a direita ora destorcer para a esquerda, necessitavam de ser ensinados, é uma enorme falta de respeito para com uma actividade tão nobre e limpa. Com a confusão nos poucos estacionamentos que existem não podemos dar-nos ao luxo de dispensarmos estes serviços.
Queria fazer esta proposta às escolas profissionais, que têm sido tão claras e tão fantásticas a formar trolhas e electricistas e por vezes até os dois ao mesmo tempo, que comece a leccionar esse apetecido curso. Mas por favor, não leiam aqui um tom de desprezo no meu texto. Não tenho nada contra os trolhas, tenho tudo a favor dos trolhas, e reparem que digo trolhas. O que não gosto mesmo é de presidentes de Câmaras e clubes esquisitos lá da 2ª circular.
O nosso país está mal e fedorento a todos os níveis, Portugal está cheio de escritores, cheio de Margaridas Rebelo Pinto e Migueis Sousa Tavares, políticos, gente com tachos, com panelas de cozinha, gente sem ideias, ou só com a ideia fixa, em cabeças provavelmente fixas com rascas colas de madeira. Portugal está cheio de escritores, guionistas, cantores que copiam ideias de outros, programas de televisão e novelas brasileiras. Conteúdos zero, iguais a outros, a horas a iguais às outras, noutros canais, nos mesmos canais. O nosso país é como um papel químico daqueles azuis de muita má qualidade. Tirando alguns exemplos nortenhos, tudo o resto é um longo e extenuante deserto, não pensem que é só para baixo de Lisboa. Marrocos é já ali ao pé e ao menos eles têm belos tapetes e o famoso Ala, que para além das bombas que colocam em sua memória, também põe as gajas de cu para o ar na hora de se virarem para Meca.

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