segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

7 MESES E PICOS DEPOIS...

Este fantástico blog, nasceu a 24 de Junho de 2009.
Como todos os gajos que entrámos nesta tanga dos blogs, também eu tinha um objectivo quando criei “Os devaneios do Fausto”. A minha ideia inicial era ter um bocadinho de espaço, onde pudesse escrever sobre qualquer coisa. Queria falar aqui sobre situações que me tivessem marcado ao longo da minha vida, por exemplo: o nascimento dos meus sobrinhos, o vigésimo terceiro casamento do meu irmão, a criação de um terceiro padrasto, uma madrasta que não é madrasta porque o pai não é meu pai, etc.
Depois, bem depois a coisa deu para o torto e perante a reprovação familiar devido à exposição pública da mesma, comecei a fazer uso deste blog para passar a postar "sobre aquilo que me vem à cabeça": gajas, gajos, politica, futebol, vizinhos, benfica, gajas outra vez, etc.
Acho que já o disse aqui, cada um destes posts que por aqui fui colocando, foi parido com muita dor e intensidade. Continuo a ser ludibriado pelo meu teclado e pela porcaria dos meus devaneios, misturando-se com as ideias iniciais de cada texto. Essas, fogem-me a uma velocidade estonteante à medida que as vou escrevendo - este mesmo texto tinha como projecto inicial dizer que fiz 7 meses de blog, fiquem pois com essa ideia. Tudo resto é um delírio. Continuo a achar que o resultado final, nunca é o que eu tinha em mente, inicialmente.
Fico sempre cheio de dúvidas quando chega a hora de carregar naquele botão laranjinha que diz "publicar post". Destes textos todos, poderei gostar de uma dezena deles - eventualmente aqueles que não tiveram o trabalho do revisor oficial de erros, aqueles que nem sequer pensei nas consequências que deles poderiam advir. O resto, bem o resto coloco aqui porque me dá na real gana, essa que foi a mais bela das minhas conquistas da vida, dizer, escrever e fazer o que me apetece e marimbar no politicamente correcto.
Apesar de tudo guardo com especial carinho e paixão, as coisas boas que me aconteceram por ter este blog: aos amigos que ganhei, as pessoas que conheci, as coisas boas que me ensinaram, um colega de há mais de 20 anos com que voltei a escrever, uma amizade que revitalizei, etc...
Criei o blog sozinho. O Fausto Figueiredo, esse professor inimitável que tive e que me ensinou tudo o que sei dizer em Inglês, serviu para mim de referência, talvez pela coragem que ele, como invisual, tinha em relação à época.
Tinha e ainda tenho vergonha de dizer que tenho um blog. Também não me orgulho assim por aí além das coisas que escrevo por aqui. Uma semana depois do primeiro texto, quebrei o silêncio e contei ao meu irmão, tempos mais tarde disse aos meus amigos mais chegados, atitude que já revelou uma coragem fantástica. Os restantes leitores não sei de onde é que chegaram nem tão pouco como me descobriram, mas, diga-se de passagem, serão sempre bem-vindos. Não escrevo para aumentar o meu número de visitas nem para ter mais comments. Fico obviamente contente quando vejo que eles aparecem, mas ainda fico, um bocado, sem jeito quando sei que o fazem: ontem conheci pessoalmente uma pessoa que me lê. Não a conhecia de lado nenhum e fiquei meio parvo quando ela disse aquela frase: ah, eu conheço-te, costumo ler-te.
7 meses depois, sei que escrevo, sei que opino, sei que aparvalho, sei que devaneio, o que não faço a menor ideia e nem consigo entender, é porque é que alguns me lêem e gostam. Bem, há quem goste da Ana Malhoa, portanto… “Há razões que a própria razão desconhece”

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